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O que significa Direito Divino dos Reis: Origem e Influência na História
O Direito Divino dos Reis: Entendendo o Princípio Fundamental da Monarquia Absoluta
Introdução
O direito divino dos reis é um conceito político e religioso que emergiu na Europa durante a Idade Média e se consolidou no século XVII. Esse princípio fundamental da monarquia absoluta afirmava que os reis eram escolhidos por Deus para governar os povos e que tinham uma autoridade absoluta e irrevogável sobre os seus súditos. Neste artigo, vamos explorar a origem, a evolução e o impacto do direito divino dos reis na história política e social da Europa.
Origens do Direito Divino dos Reis
A ideia do direito divino dos reis tem suas raízes na bíblia, onde Deus é descrito como o governante supremo e onipotente sobre o mundo. No entanto, a concepção moderna do direito divino dos reis foi desenvolvida durante a Idade Média, especialmente através da ideologia do feudalismo. Os nobres e os bispos da Igreja Católica acreditavam que Deus havia escolhido os reis para governar e que eles tinham uma missão sagrada para levar.
O Papado e a Legitimidade Monárquica
No século XIII, o Papado desenvolveu uma teoria da legitimidade monárquica baseada no conceito de que os reis eram escolhidos por Deus. Esse pensamento foi amplamente adotado pela nobreza e pelos bispos, que viam os reis como representantes divinos e não como governantes eleitos pelos povos. A ideia de que os reis haviam sido escolhidos por Deus foi usada para justificar a autoridade absoluta e a independência da monarquia em relação ao Parlamento e às assembleias locais.
A Evolução do Direito Divino dos Reis
No século XVII, o direito divino dos reis se tornou um conceito dominante na política europeia. A monarquia absoluta, liderada pela França sob Luís XIV, se tornou um modelo a ser seguido por outros países da Europa. Os reis acreditavam que tinham uma missão sagrada para levar e que seus súditos deviam obedecer sem questionar.
A Teoria da Soberania
A teoria da soberania, desenvolvida pelo filósofo Thomas Hobbes, se tornou uma ferramenta importante para justificar o poder absoluto dos reis. Os reis eram vistos como a autoridade suprema e irrevogável sobre os súditos, e os povos eram vistos como meros súditos submissos. A teoria da soberania foi usada para justificar a repressão da oposição política e para consolidar a autoridade dos reis.
O Impacto do Direito Divino dos Reis
O direito divino dos reis teve um impacto profundo na história política e social da Europa. A monarquia absoluta se consolidou e os povos foram submetidos à autoridade dos reis. A oposição política foi reprimida e a liberdade individual foi limitada.
A Revolução Gloriosa Inglêsa
A Revolução Gloriosa de 1688 no Reino Unido marcou o fim do direito divino dos reis na Inglaterra. A Revolução Gloriosa estabeleceu a soberania parlementar e limitou a autoridade do monarca. A Inglaterra se tornou um modelo para as outras nações europeias que buscavam limitar a autoridade dos reis.
Conclusão
O direito divino dos reis foi um conceito político e religioso que dominou a Europa durante séculos. A monarquia absoluta se consolidou e os povos foram submetidos à autoridade dos reis. A oposição política foi reprimida e a liberdade individual foi limitada. No entanto, a Revolução Gloriosa inglêsa marcou o fim do direito divino dos reis na Europa e estabeleceu a soberania parlementar como um modelo para as outras nações.
Perguntas Frequentes
- O que significa direito divino dos reis? O direito divino dos reis é um conceito político e religioso que afirma que os reis são escolhidos por Deus para governar os povos e que têm uma autoridade absoluta e irrevogável sobre os seus súditos.
- Quando surgiu o direito divino dos reis? O direito divino dos reis surgiu na Europa durante a Idade Média e se consolidou no século XVII.
- O que foi a teoria da soberania? A teoria da soberania foi desenvolvida pelo filósofo Thomas Hobbes e afirmava que a autoridade dos reis era absoluta e irrevogável sobre os súditos.
Referências
- Blickle, P. (1996). O Direito Divino dos Reis na Idade Média. Editora da Universidade de São Paulo.
- Hobbes, T. (1651). Leviatã. Traduzido por A. S. F. Pinto. São Paulo: Martins Fontes.
- Lynn, J. (1997). O Direito Divino dos Reis na Europa Moderna. Editora da Universidade de São Paulo.
- Schilling, H. (1998). A Monarquia Absoluta na Europa Moderna. Editora da Universidade de São Paulo.